Preso em MS, Boliviano acusado de corrupção é extraditado
O boliviano Antonio Parada Vaca, acusado de chefiar um esquema milionário de corrupção em Santa Cruz de la Sierra, foi oficialmente entregue às autoridades de seu país nesta segunda-feira (19), em operação realizada na fronteira entre Corumbá (MS) e Puerto Quijarro, na Bolívia. A extradição ocorre após três anos de custódia no Presídio da Gameleira 02, em Campo Grande, e foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março deste ano.
Parada Vaca, ex-diretor de Recursos Humanos da Prefeitura de Santa Cruz, chegou por volta das 14h escoltado por viatura da Polícia Federal até a ponte da Linha Internacional. Algemado, foi entregue a agentes da FELCC (Força Especial de Luta Contra o Crime), da Felcn (Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas), da Unidade Anticorrupção e da Interpol. A operação mobilizou um forte esquema de segurança e interrompeu momentaneamente o tráfego na região, provocando filas nos dois lados da fronteira.
Após o trâmite de imigração, Antonio foi encaminhado sob escolta para Santa Cruz de la Sierra, a cerca de 600 quilômetros da fronteira, onde ficará sob custódia da Direção Especializada contra Corrupção. Ele responde por crimes como lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, contratos lesivos ao Estado e conduta antieconômica. O Ministério Público boliviano solicitou pena de 10 anos de prisão para ele e outros envolvidos no caso.
Preso em fevereiro de 2022 ao comparecer à sede da Polícia Federal em Corumbá para buscar documentos, Parada já figurava na lista vermelha da Interpol e teve mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após tentar obter refúgio no Brasil.
Segundo a Promotoria da Bolívia, o ex-servidor liderou um esquema de contratação de funcionários fantasmas e desvio de recursos públicos que causou prejuízo de mais de US$ 1 milhão aos cofres do município. Ao longo de 16 anos na administração pública, ocupou sete cargos, sendo o último como assessor da Secretaria Municipal de Planejamento, com salário de cerca de R$ 11,8 mil.
O irmão dele, Guillermo Parada Vaca, também foi extraditado do Brasil e responde por acusações semelhantes. Ambos deixaram a Bolívia antes de serem intimados para depor no escândalo que abalou a gestão municipal de Santa Cruz de la Sierra.
*Dourados Agora