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SP trabalha para ter F1 com público, mas regra britânica coloca GP em risco

O GP de São Paulo de Fórmula 1 segue confirmado para entre 5 e 7 de novembro, em Interlagos e, do lado brasileiro, tudo tem caminhado para que a prova realmente seja realizada, desde a aprovação do projeto apresentado pelo novos promotores da Brasil Motorsport (ainda que haja uma pendência judicial) até o pagamento da também nova taxa de 25 milhões de dólares (equivalente a mais de 125 milhões de reais) por parte da Prefeitura de São Paulo aos detentores dos direitos comerciais da categoria, acordada no contrato fechado no final do ano passado e que garante mais cinco corridas em um dos autódromos mais tradicionais do calendário.

A aceleração do programa de vacinação no Estado de São Paulo também anima os organizadores, já que a possibilidade de contar com a presença de público para um evento em novembro é real, e a expectativa deles é de iniciar a venda de ingressos ainda no mês de junho, mantendo o mesmo esquema de parcelamento dos anos anteriores.

Porém, a exemplo de outras corridas da temporada fora da Europa, a etapa brasileira ainda corre o risco de não acontecer neste ano por conta da pandemia e o grande motivo está fora do alcance tanto dos organizadores brasileiros, quanto da própria F1.

Embora a categoria esteja disposta a fazer sacrifícios para se recuperar da queda importante de arrecadação do ano passado, o que refletiu o fato de apenas 17 das 22 corridas terem sido realizadas e, em sua grande maioria, sem público, as regras para viagens no Reino Unido são vistas como um entrave muito difícil de ser contornado pelo esporte.

Como funciona a regra inglesa e por que ela é importante para a F1?

Tais regras funcionam como um semáforo, com menos restrições para quem viaja para países da lista verde e mais para a lista vermelha, na qual o Brasil está desde que o sistema foi implementado, em janeiro de 2021. As viagens a estes países só são permitidas em caso de extrema necessidade e, na volta, todas as pessoas têm de ficar, por 10 dias, em isolamento em hotéis escolhidos pelo governo. Isso acontece até para pessoas que são isentas da quarentena em viagens para outros países (o que é o caso dos profissionais da F1, uma vez que eles entram na categoria de eventos esportivos internacionais). Foi por conta disso que o GP da Turquia foi adiado.

Foi por conta disso que o GP da Turquia foi adiado. A prova tinha entrado no calendário como substituta do Canadá mas, logo depois, passou da lista amarela para a lista vermelha do governo britânico, o que fez com que a realização da prova se tornasse inviável.

As regras do Reino Unido são fundamentais para a Fórmula 1 porque sete das 10 equipes estão baseadas na Inglaterra, assim como toda a operação da Liberty Media (uma empresa norte-americana mas que, na F1, tem pouquíssimos profissionais do país trabalhando na categoria). A parte de transmissão das provas também é feita por profissionais que saem da Inglaterra, assim como vários dos fornecedores, como a Pirelli, por exemplo.

A F1 quer fazer o máximo de corridas possível, especialmente se puder ter público e cobrar a taxa cheia para a realização destas provas, como seria o caso do Brasil. A saída estudada é sempre ter um outro GP no final de semana seguinte à corrida realizada em um país da lista vermelha, para diminuir o período de quarentena na volta ao Reino Unido. Porém, no caso de São Paulo, há empecilhos logísticos para se fazer isso.

*UOL Esportes